Na manhã de ontem, cerca de 200 crianças e voluntários participaram da plantação de mudas de árvores tipicamente brasileiras e do Cerrado, no núcleo rural Aguilhada, próximo a São Sebastião. A iniciativa faz parte do projeto Águas Correntes, do Instituto Limpa Brasil, com mais de 50 mil voluntários presentes em todo o território nacional, e pretende espalhar mil mudas na região para manutenção e preservação das nascentes do local.
Estudantes da Escola Classe Aguilhada, do campo, colocaram nos chamados “berços” – buracos para as mudas – espécies como Jatobás e Paus-Brasil, além de outras pertencentes à flora do Cerrado, definidos pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-DF). Mesmo com a chuva mudando o cronograma, os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I puderam ter a experiência de colocar as mãos na terra e, acompanhados dos professores e voluntários, plantar as mudas.
Marta Rocha, co-fundadora do Instituto Limpa Brasil e moradora da região, destaca que a ação serve para ajudar na educação ambiental dos futuros cidadãos, trabalhando em conjunto às escolas públicas de Brasília. Nesta primeira ação serão mil mudas, mas para o ano que vem, já há a expectativa do plantio de outras 10 mil árvores pelo Brasil, começando por São Paulo, com outras mil mudas.
“São crianças vivendo uma experiência com a sustentabilidade na prática. Se fala muito sobre passar uma teoria sobre a importância do meio ambiente nas escolas, mas resolvemos transformar essa teoria em experiência prática. Quando levamos uma criança a plantar a primeira árvore da vida e quando conscientizamos com a questão do lixo, eu diria que estamos formando um cidadão para o futuro”, afirmou Marta.
Segundo a coordenadora do projeto, a ação ajuda a “formar pessoas a serem mais amorosas com a natureza e, portanto, gerar um planeta melhor no futuro”. Marta acredita que a conscientização ganha ainda mais amplitude com o apoio das empresas comprometidas com o meio ambiente, como as que estão em parceria com o projeto, a saber, Grupo Sabin, Grupo Com Atitude, Instituto EcoCerrado e Malala Filmes.
“O Brasil deixou de ser referência em preservação ambiental no mundo por falta de políticas, sociedade e empresas conscientes. Agora é o momento da gente retomar de vez esse posto. Investir em políticas, dinheiro, em pessoas e na educação do futuro para formar cidadãos para um planeta melhor”, acrescentou. “A chuva veio de surpresa, mas está valendo. Nos atrapalhou, mas para as árvores é o melhor momento para plantar.”
O diretor da Escola Classe Aguilhada, Claudio Fernandes Pimenta, afirma que, apesar da natureza fazer do cotidiano das crianças que estudam na escola do campo, a ação é de “suma importância” para a conscientização dos pequenos. “São fundamentais essas parceiras para fazer as crianças colocarem a mão na massa e viverem esse contato com o meio ambiente. Elas acham fantástico, gostam dessas coisas, até porque faz parte do cotidiano deles”, disse.
Ações similares já aconteceram nos anos passados, mas, uma vez que crianças novas sempre chegam à escola e novas turmas surgem, manter o projeto é essencial, segundo Claudio. “Na medida em que, nessas parcerias, as organizações conhecem o cotidiano da escola, elas acabam contribuindo. E é benéfico para todos, para a família, para as crianças e para a escola”, finalizou.
Maria Alice, gerente de sustentabilidade da gestão ambiental do Grupo Sabin, também presente no local, destaca que o setor privado tem o dever e o poder de impactar a sociedade. Para ela, é necessário ainda que outras empresas também engajem da mesma maneira com o meio ambiente, uma vez que o setor privado possui capacidade de transformação e influência social.
“O Sabin há mais de 10 anos tem uma área específica ambiental, que se preocupa com políticas efetivas, avaliando e tentando mitigar impactos ambientais. Todas as empresas precisam pensar não apenas no lucro, mas também em reduzir os impactos da própria operação e contribuir para o meio ambiente, influenciando a sociedade a repensar os hábitos de consumo, no desperdício. Entendemos que todos nós fazemos parte do meio ambiente e que tudo deve ser cuidado”, afirmou.
Segundo ela, a ação com a plantação das mudas está de acordo com a Agenda 2030 das Nações Unidas, da qual o Sabin é signatário, que elencam desempenhos voltados a um planeta mais consciente, compreendendo Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs). “Há um sentimento de gratidão, de dever cumprido. Queremos inspirar outras pessoas também a repensarem, fazerem a sua parte, pensando nas futuras gerações. [Afinal] são as próprias crianças que vão colher isso no futuro”, acrescentou.
Fonte:jornaldebrasilia
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