Consumo e sustentabilidade: O planeta está pedindo socorro! Não é de hoje que a poluição, advinda do excesso de consumo, tem afetado nossas águas, florestas, e o ecossistema. Além disso, o valor de produtos considerados "ecológicos", ou seja, de peças produzidas sem grandes impactos ou resíduos no meio ambiente, costuma ser bem mais elevado do que os que estamos acostumados. Por exemplo, enquanto uma calça jeans pode custar R$150 em uma loja de departamento, um jeans sustentável pode chegar a custar R$900. O que nos deixa a seguinte dúvida: como manter um padrão de consumo sustentável que entre no nosso orçamento?
Malu conversou com a influenciadora e educadora financeira, Nath Finanças, durante o evento Visão 2030 - Compromisso pela Vida, realizado pela marca de cosméticos Natura, com o objetivo de debater questões relacionadas ao consumo e sustentabilidade e meio ambiente. Nath falou sobre o assunto e como é participar do chamado "conselhão", grupo organizado pelo Governo Federal para pensar em agendas para um Brasil melhor.
O consumo ecológico costuma ser elitizado, devido ao alto valor agregado das peças. Como você vê esta questão?
"Acho que as entidades responsáveis devem pensar na inclusão das pessoas de baixa renda considerando a redução dos custos para implementar essas práticas. Não faz sentido deixar a maior parte da população de fora de um tema tão importante e essencial. É preciso rever essas questões se a gente quiser, de fato, fazer diferença. Para isso, é necessário popularizar e fornecer acesso a esse estilo de consumo. Quando a demanda é baixa, fatalmente teremos um preço mais alto."
Teria alguma solução para unir consumo e sustentabilidade?
"Levar informação sobre sustentabilidade para as pessoas de todas as classes sociais e reforçar como as atitudes do dia a dia podem afetar o meio ambiente e a sociedade. Promover acesso é essencial para que a população adote práticas sustentáveis."
As roupas são, hoje, uma das principais formas de poluição do planeta. Como você orienta seus consumidores neste sentido?
"Como falamos de educação financeira, a psicologia do consumo é uma pauta e isso inclui o consumo das roupas. Sempre destaco que é fundamental se sentir bem, que a roupa é, sim, importante para estarmos inseridos nos espaços que queremos ocupar, mas jamais vou incentivar alguém a fazer uma dívida para consumir coisas que não cabem no seu orçamento, ou de forma exagerada. Munir essas pessoas com outras possibilidades é o mais importante. Exemplo: você quer o tênis X e pode comprar ele no brechó ou de uma amiga que não quer mais… Não precisa ir até uma loja que vende ele por um valor 4 vezes maior e que pode não ser adepta a ações de sustentabilidade, como o uso de matérias-primas amigas do meio ambiente e reciclagem."
O brasileiro está muito endividado. Você acha que mesmo assim ele tem tempo para pensar em sustentabilidade?
"Se a informação for passada de modo descomplicado, acredito que os brasileiros podem pensar em sustentabilidade, sim. A gente precisa desmistificar o conceito de que sustentabilidade é só para pessoas ricas, assim como falar de finanças é algo que todos devem e podem ter acesso! Inclusive, é importante salientar que o consumo consciente, além de melhorar a vida do planeta, está diretamente ligado ao nosso equilíbrio financeiro também."
Como você encara práticas de ESG para pessoas que são comuns e que não ocupam cadeiras de lideranças, o cidadão do dia a dia?
"Com boas práticas de sustentabilidade, pensando no meio ambiente e fazendo melhores escolhas no ato de comprar qualquer item ou roupas. Como disse anteriormente, é necessário que haja interesse em disseminar essas informações para que pessoas com realidades diferentes possam de fato ter escolha na hora de tomar uma decisão para uma compra consciente. Informação é algo valioso, pois a partir do momento que você sabe que tem opção de escolha gera automaticamente uma mudança de comportamento."
Pode falar mais sobre a sua participação no grupo de conselheiros do Governo Federal?
"Está sendo incrível, me sinto honrada em fazer parte do conselho. Acho muito importante fazer parte de um grupo de trabalho que tem como missão representar a população e ajudar o governo com questões pertinentes e importantes para o desenvolvimento do país."
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