top of page

Pandemia acelera necessidade de repensar as cidades


Painel durante o Fórum Econômico Mundial abordou o quanto a crise sanitária trará mudanças em como se pensa a moradia e os escritórios, principalmente do ponto de vista da segurança, da saúde e da sustentabilidade "Se você se importa com a saúde, tem que se importar com a moradia", definiu Jonathan Reckford, CEO da ONG Habitat for Humanity International (HFH) em sua participação em uma das mesas - virtuais - promovidas durante o Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum). Junto com Jonathan, estavam Sridhar Gadhi, fundador e CEO da Quartela, Coen Van Oostrom, fundador e CEO da Edge Technologies, e o prefeito de Helsink, Jan Vapaavuori, mediados por Penny Abeywardena, secretária de Relações Internacionais da cidade de Nova York.

O tema do debate foi o futuro das cidades após a pandemia. A crise de saúde pública certamente transformou a forma de viver e trabalhar, com as casas como centro da vida. Logo, é preciso saber quais políticas, planos e parcerias são necessários para garantir que as cidades prosperem neste novo futuro urbano. Jan, prefeito de Helsink, capital da Finlândia, lembrou que a pandemia destacou problemas que já exisitiam. Como muitos deles passam pela questão da moradia, isso obriga as lideranças a pensarem em gentrificação, impostos e outras questões envolvendo moradia e inclusão. "A percepção sobre desigualdades ficou maior com a pandemia, e essa consciência impulsiona o desejo de mudar a desigualdade estrutural de uma forma que não víamos há muito tempo", acredita o prefeito. Para Jonathan, da HFH, o melhor modelo de moradia vai ser aquele com uma perspectiva humana e sustentável. O prefeito complementa essa ideia e diz ainda que é preciso "buscar uma abordagem ampla e abrangente para uma mudança sistêmica". "Precisamos investir em cidades mais igualitárias, sustentáveis e acessíveis. Hoje temos no mundo quase 1 bilhão de pessoas vivendo em moradias precárias." Coen Van Oostrom, da Edge, acredita que o mercado imobiliário vai ter de se movimentar para mudar e se adaptar. Segundo ele, isso vai dar trabalho, mas é preciso priorizar a saúde e a segurança nos imóveis. Outra mudança é que os escritórios precisam ser lugares convidadativos. "As cidades não são só lugares para se viver, mas para se investir também. Precisamos pensar nisso". Coen diz que o setor imobiliário está em uma "encruzilhada", pois há muitas mudanças ocorrendo ao mesmo tempo. Além da pandemia, o setor enfrenta a crise de sustentabilidade, e pode aproveitar a "visão verde" que está acontecendo na Europa e que está apenas começando nos Estados Unidos. "Há muito trabalho a ser feito para realmente mudar esses edifícios, que respondem por 30% a 40% das emissões no mundo, e torná-los neutros em carbono". A boa notícia é que a tecnologia já existe. "Nos últimos dois anos, vimos muitos desenvolvimentos no que diz respeito à análise de dados, e agora podemos, no nível da cidade e da construção, ser muito precisos e medir o quão sustentável é um edifício, o que é a gestão de energia, etc. Acho que veremos, nos próximos anos, uma mudança nas políticas públicas sobre isso", disse, complementando que o novo governo Biden nos Estados Unidos deve ajudar a impulsinonar esse movimento.



Comentarios


bottom of page