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Luz ultravioleta para secar unhas pode gerar riscos à saúde, sugere estudo.


Utilizar cabines ultravioleta (UV) para secar as unhas na manicure pode causar riscos à saúde antes desconhecidos. Segundo um novo estudo, o uso deste equipamento pode levar à morte celular, alterações no DNA e a mutações causadoras de câncer.


A pesquisa foi publicada nesta terça-feira (17) na revista Nature Communications por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos. A equipe utilizou em testes três linhagens de células: queratinócitos e fibroblastos de pele humana adulta, e fibroblastos embrionários de camundongos.


“Se você olhar para a forma como esses dispositivos são apresentados, eles são comercializados como seguros, sem nada para se preocupar”, disse Ludmil Alexandrov, autor correspondente do estudo, em comunicado. “Mas, até onde sabemos, ninguém realmente estudou esses aparelhos e como eles afetam as células humanas nos níveis molecular e celular até agora.”


A ideia de estudar esses dispositivos surgiu para o pesquisador no consultório de um dentista. Enquanto esperava para ser atendido, ele leu um artigo de revista sobre uma jovem participante de um concurso de beleza que foi diagnosticada com uma forma rara de câncer de pele no dedo.


“Achei estranho, então começamos a investigar e notamos uma série de relatórios em revistas médicas dizendo que as pessoas que fazem manicure com gel com muita frequência – como concorrentes de concursos de beleza e esteticistas – estão relatando casos de câncer muito raro nos dedos, sugerindo que isso pode ser algo que causa esse tipo de câncer”, ele disse.


Para conduzir o estudo, Zhivagui expôs os três tipos de células a duas condições diferentes. Sob uma primeira condição, considerada aguda, placas de Petri contendo um dos tipos de célula foram colocadas em uma dessas máquinas de secagem de unhas por 20 minutos. As amostras foram então retiradas por uma hora e, em seguida, receberam mais uma exposição de 20 minutos.


Com isso, os pesquisadores concluíram que uma única sessão de 20 minutos resultava em entre 20 e 30% de morte celular. Já três exposições consecutivas de 20 minutos causaram a morte de 65% a 70% das células expostas.


Já sob a segunda exposição, mais crônica, as células foram colocadas sob a máquina por 20 minutos por dia durante um período mais alongado de três dias.


A luz UV também causou danos mitocondriais e genéticos nas células remanescentes e gerou mutações com padrões que podem ser observados no câncer de pele humano. “Vimos várias coisas: primeiro, que o DNA é danificado”, observou Alexandrov. “Também vimos que alguns dos danos no DNA não são reparados com o tempo e levam a mutações após cada exposição com um secador de esmalte UV.”


Por último, a equipe notou que a exposição pode causar disfunção mitocondrial, que também pode resultar em mutações adicionais. Ao observarem pacientes com câncer de pele, segundo o especialista, notaram-se ainda os exatos mesmos padrões de alterações das células irradiadas pela cabine de secar unhas.


Unhas versus camas de bronzear

As cabines de secagem de esmalte usam um espectro particular de luz UV de 340 a 395 nanômetros (nm) para fazer unhas de gel. Já camas de bronzeamento, consideradas cancerígenas por estudos anteriores, usam um espectro maior, de 280 a 400 nm.


Apesar disso, os resultados do estudo indicam que o uso crônico das máquinas de secar unha com luz UV pode ser também prejudicial às células.

Unhas versus camas de bronzear

“Nossos resultados experimentais e as evidências anteriores sugerem fortemente que a radiação emitida por secadores de esmalte UV pode causar câncer nas mãos e que secadores de esmalte UV, semelhantes a camas de bronzeamento, podem aumentar o risco de câncer de pele precoce”, escreveram os pesquisadores.


Mas fazer uma manicure com gel uma vez por ano é realmente motivo de preocupação? Mais estudos são necessários para quantificar qualquer risco aumentado de câncer de pele, segundo os pesquisadores. É provável que tais pesquisas levem pelo menos uma década para serem concluídas e posteriormente divulgadas.


Fonte:revistagalileu

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