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Estudo desenvolve método para medir emissão de metano por touros.


Uma equipe de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sul desenvolveu uma nova metodologia que é capaz de mensurar o gás metano (CH4) emitido durante o processo digestivo de bovinos. A técnica, que recebe o nome de Prova de Emissão de Gases (PEG), está sendo apresentada durante a Expointer, em Esteio (RS), e promete mais sustentabilidade para a atividade pecuária.


O estudo foi baseado em touros de raças europeias de bovinos, como Angus, Braford, Charolês e Hereford. O objetivo dos pesquisadores foi identificar os animais com a menor emissão de metano por quilo de alimento consumido e por peso. Segundo a Embrapa, os menores índices podem ser incorporados ao melhoramento das raças, selecionando a genética que expressa essa característica na formação de progênies.


Cristina Genro, uma das pesquisadoras que participaram do estudo, explica que identificar os animais mais eficientes na relação entre consumo de alimentos, ganho de peso e menor emissão de metano é uma ferramenta em prol da sustentabilidade da pecuária brasileira. Isso ganha ainda mais relevância com a adesão do Brasil ao Pacto Mundial do Metano.


Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), o país se comprometeu a reduzir a sua emissão de CH4 no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas. Dados do Observatório do Clima, mobilizados pela Embrapa, mostram que 70,5% das emissões nacionais do gás são originadas da agropecuária, sendo 90% oriundas da fermentação entérica dos bovinos.


Como foi feita a pesquisa


Para verificar a emissão de metano, cada animal recebeu pela boca uma cápsula contendo hexafluoreto de enxofre (SF6). Quando misturado aos outros gases do processo de ruminação, o SF6 atua como um traçador do conteúdo liberado pelos bois. Esse ar, então, é captado por um tubo posicionado logo acima das narinas, que o encaminha a um recipiente cilíndrico de alumínio, instalado no dorso do bovino durante cinco dias de coleta.


Depois, o recipiente é pressurizado com nitrogênio e as concentrações do metano e do SF6 são determinadas por meio de cromatografia gasosa em laboratórios especializados. Além da PEG, os pesquisadores também utilizam esse material para estudar a dieta e a absorção dos nutrientes pelos animais, metodologia conhecida como Prova de Eficiência Alimentar (PEA).


A partir da relação entre a emissão de metano, consumo de matéria seca e ganho de peso, os reprodutores analisados foram classificados como elite, superior e comercial. “Nos resultados preliminares, verificou-se uma média de emissão nos reprodutores [testados] de 48 kg/animal/ano de metano, [um valor] bem menor do que é preconizado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para animais da mesma categoria, que é de 56 kg/animal/ano”, destaca Genro.


Fonte:globorural.globo

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