Onde cabe um pedacinho do sonho de cada pessoa”. É assim que a administradora Marina Pinto define a Mariá, marca de bolsas e acessórios que se materializou a partir de uma paixão em comum entre mãe e filha: o design. Desde pequena, Marina via sua mãe costurar para sustentar a casa e os três filhos, e nesse observar criou admiração e curiosidade pela costura. Por isso, em 2014, quando decidiu empreender, sabia que não poderia haver melhor parceira de trabalho que dona Lucivan.
A marca surgiu de maneira despretensiosa. Marina estava se formando na faculdade e queria empreender. Buscava um produto que tivesse conexão com sua personalidade, além de valorizar o ofício que acompanhava desde criança. Um dia, pediu à mãe que costurasse uma mochila para uso pessoal. Lucivan, até então, só fazia roupas, mas topou o desafio. A mochila nasceu, uma amiga de Marina gostou do modelo e perguntou se elas aceitavam encomendas. Outros pedidos vieram, e mãe e filha perceberam que havia demanda para o produto.
“Sempre gostei de viajar, acampar, então era um produto que tinha tudo a ver comigo. Não enxergamos na mochila apenas um acessório, mas uma companheira de viagem. É onde se guarda tudo - no dia a dia, para conhecer um novo lugar, para descobrir um novo país”, ressalta Marina.
O mix de produtos da marca também acompanhou a demanda dos clientes: as mochilas se multiplicaram e nasceram também modelos de bolsas térmicas, pochetes, malas, necessaires, carteiras e cases de notebook.
“Uma coisa que trabalhamos muito nos produtos é a versatilidade. Temos pochete que pode ser usada como bolsa, mochila que pode ser usada como bolsa”, completa. Anualmente, uma nova coleção de bolsas e acessórios é lançada, sempre valorizando artistas e fornecedores cearenses.
“Nós nos orgulhamos muito de ser daqui (do Ceará). Nossa produção é toda feita aqui, priorizamos que nosso time seja de mulheres daqui e utilizamos elementos cearenses como palha, objetos e a história que vai para as peças”, conta Marina. Reflexo disso é a “Desbravar”, série de colaborações feita em parceria com artistas da terra. A próxima coleção, a ser lançada em julho, contará com obras de arte da artista plástica Azuhli.
Hoje, perto de completar a primeira década de vida, a Mariá conta com uma equipe de dez pessoas, loja física em Fortaleza e um e-commerce que só cresce. Lucivan segue na costura, fazendo as peças-piloto. E Maira Alves, irmã de Marina e filha de Lucivan, se tornou gerente de produção, somando ao negócio familiar.
O sonho – e a realização – do trio segue sendo ver a “filha” de Marina, Mariá, a integrante “caçula” da família, ganhar o mundo. Orgulhosa, a fundadora e diretora criativa conta que as Mariás das clientes já “passearam” por diversos países, como França, Japão e Espanha. E, para a família, esse é só o começo da viagem.
Replanejamento estratégico após a crise
Leia mais em: https://www.opovo.com.br/noticias/especialpublicitario/empreender/2023/02/28/do-ceara-para-o-mundo-conheca-a-maria-marca-autoral-de-mochilas-e-acessorios.html
©2022 Todos os direitos são reservados ao Portal O POVO, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidasPara Marina Pinto, um ponto forte da marca é que a estratégia de comunicação - que inclui posicionamento claro de apoio a causas importantes, como o combate a violência contra a mulher - conseguiu conquistar apoiadores, não somente clientes. Dessa maneira, mesmo com a crise, a marca conseguiu prosperar, a partir de um replanejamento estratégico que foi do mix de produtos a plataforma de vendas.
De início, os desafios da pandemia se impuseram: a primeira loja física da marca foi encerrada para que a equipe pudesse focar no online, tanto em vendas no Ceará quanto para outros estados. A família também prestou atenção ao novo perfil dos consumidores, que estavam comprando menos e, por isso, preferiam produtos mais clássicos, lisos ou com menos estampas. Assim, elas se readaptaram, criando novos produtos sem deixar de lado as cores que fizeram a marca se tornar conhecida.
A mudança trouxe resultados. De 2021 para 2022, a marca cresceu 56%, tendo como estados principais no ranking de vendas Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro. Depois do trabalho árduo, surgiu a possibilidade de inaugurar novamente uma loja física 100% da Mariá, em outubro de 2021, desta vez no bairro Aldeota, em Fortaleza.
Hoje, as vendas da marca se equiparam no virtual e no presencial. “As vendas online vem mais do resto do Brasil. Quem mora aqui gosta de comprar presencial porque vai na loja, vê as bolsas, toma um café e pode ficar lá conversando, conhecendo nosso trabalho”, comenta Marina. De acordo com ela, o pico de vendas é na época do lançamento da coleção anual, além do período de férias e volta às aulas. Mas como os acessórios são duráveis e atemporais, as vendas seguem lineares durante todo o ano.
Para o futuro, Marina conta que almeja ampliar a estratégia para atingir o público masculino, apostar ainda mais no e-commerce e, quem sabe, montar uma fábrica própria que possibilite maior produção. “Às vezes a gente tem mais cliente que produto - ainda bem. Mas queremos uma fábrica maior para atender a demanda e fazer nossas mochilas chegarem a mais gente”, completa.
Para empreender, é preciso propósito
Ao rever a trajetória de sua marca, das primeiras peças feitas por Lucivan e compradas por amigas, Marina Pinto afirma que não chegaria onde está não fosse o propósito que a moveu na criação da Mariá. “É preciso saber o que você quer, porque é isso que define a sua rota. Tem gente que vende mochilas de todos os jeitos; eu também vendo mochilas, mas dei um sentido pra elas. É preciso saber por que você está insistindo naquilo”, aconselha.
Outra dica que a administradora dá é em relação aos investimentos. Ela conta que, desde o início, separou o dinheiro de Marina do dinheiro da Mariá, e buscou entender qual o melhor momento para movimentá-lo. “Sempre tive cuidado para saber investir. Dou passos pequenos, não muito largos, mas estou sempre caminhando; não fico parada!”, resume.
Além disso, recomenda a quem quer empreender na área da moda que esteja sempre atento ao momento e às demandas do mercado. “Na pandemia, a gente teve que vender até máscara. É preciso criatividade e jogo de cintura para entender o que você precisa fazer para se reinventar”.
SERVIÇO
Mariá
Loja física e ateliê: Casa 21 - R. Torres Câmara, 600 - Aldeota (terça a sábado, das 10h às 19 horas)
Loja online: euvoudemaria.com.br
Instagram: @euvoudemaria
Contato: (85) 99676 5193
Fonte: O Povo
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