A ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu em 2015, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS. Superar desafios, cuidar do planeta e melhorar a vida de todos, são pontos que devem reger o dia a dia das cidades pelo mundo. Mas como está onde você mora? A sua cidade é sustentável?
Uma pesquisa publicada pelo Instituto Cidades Sustentáveis em dezembro de 2022 traz as respostas se sua cidade está alinhada aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os 5.570 municípios do Brasil foram avaliados e o que vemos é que muitos estão no caminho certo, mas longe do considerado ideal.
Metodologia
O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades no Brasil contempla uma série de relatórios da Susteinable Development Solutions Network – Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável – nos países membros da ONU, que criou a avaliação, em 2012, e desde então abrange conhecimentos técnicos e científicos, da sociedade civil e do setor privado no apoio de soluções. Índices para diversos países e cidades do mundo já foram desenvolvidos com o objetivo de acompanhar a implementação dos ODS.
“A ideia é que cada cidade consiga a partir da associação dos indicadores, monitorar os principais desafios para a agenda 2030 e quais são os progressos. Quais são os ODS que precisam avançar mais e quais são os ODS que já estão em progresso, assim, conseguem avaliar quais são as melhores políticas públicas”, explicou Beto Gomes, coordenador de conteúdo do Instituto Cidades Sustentáveis.
Beto também revelou que todo levantamento é feito a partir de bases nacionais. Dessa maneira, todos os municípios brasileiros foram avaliados de forma igualitária.
“São dados que coletamos de fontes oficiais, como o IBGE, INEP, SUS, entre outras fontes. São bases nacionais, porque nelas conseguimos encontrar os mesmos indicadores para os 5.570. Claro que muitos indicadores, os próprios municípios coletam, mas obviamente que não tínhamos braço para ir de cidade em cidade, por isso recorremos às bases nacionais”.
Indicadores
De acordo com Beto Gomes, cada ODS possui seus indicadores. A análise de cada um deles é o referencial para a pontuação por ODS e depois a pontuação final, que varia de 0 a 100, sendo que a partir de 80 o índice de desenvolvimento é considerado ótimo.
“Os indicadores são relacionados a vários temas, por isso conseguimos relacioná-los aos 17 ODS. Estamos falando de saúde, educação, segurança pública, meio-ambiente, cultura. Quando falamos de ODS 1: Erradicação da pobreza, estamos mostrando quantas famílias estão no cadastro único para programas sociais, ou seja, quem está inscrito para poder receber o Bolsa-Família; pessoas que recebem, de fato, o Bolsa-Família, pois muitos estão inscritos, mas não recebem”, exemplificou
Ranking
Na ponta das cidades brasileiras com o melhor IDSC no Brasil, está São Caetano do Sul, na grande São Paulo. O munícipio do ABC Paulista tem cerca de 160 mil habitantes e atingiu 65,6 pontos na média feita entre os 17 ODS.
Como destaque em São Caetano do Sul, está o ODS 14: Vida na Água. Com 100 pontos possíveis atingidos, a cidade paulista cuida bem dos seus recursos hídricos, o que também reflete no ODS 6: Água limpa e Saneamento, com 94,23 pontos.
Na contramão dos bons números, o ODS 15, que trata da proteção da vida terrestre, empurra a média para baixo com apenas 26,67 pontos. Com poucos quilômetros de extensão – 15,331m² – e o crescimento da cidade, hoje prioritariamente com edifícios –, deter e reverter a degradação da terra para combater a perda da biodiversidade, se transformou em uma difícil tarefa. Além de São Caetano do Sul, o estado de São Paulo conta com outras 12 cidades que se enfileiram entre as 13 com melhores índices de desenvolvimento: Jundiaí (65,44 pontos), Valinhos, Saltinho, Taguaí, Vinhedo, Cerquilho, Sertãozinho, Limeira, Borá, Itupeva, Pedreira e Fernandópolis (63,21 pontos). Na 14ª colocação aparece Japaraíba, em Minas Gerais, com 63,20 pontos. Localizada na região do Alto São Francisco, está a 229 quilômetros de Belo Horizonte e tem 3950 habitantes.
Já na última posição do ranking – 5.570ª – Santana do Araguaia, no Pará, tem a pior média no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades. São 30, 10 pontos, com um alerta para o ODS 14: Vida na água, onde não possui pontuação. Já o ODS 11, que contempla a sustentabilidade da cidade e suas comunidades, tem a maior valor, com 68,8 pontos. Com cerca de 75 mil habitantes, Santana do Araguaia fica no extremo sul do Pará, distante 1094 quilômetros de Belém.
Relacionamento
O (IDSC – BR) Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, produzido pelo Instituto Cidades Sustentáveis, conta com a parceria do Sustainable Development Solutions Network – Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável -, e tem o apoio do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e financiamento do Projeto CITinova. Dos 5.570 municípios brasileiros, 280 estão em parceria com o Instituto Cidades Sustentáveis e assinaram uma carta-compromisso para o cumprimento das metas, pensando na agenda 2030 da ONU.
“Nós somos uma organização sem fins lucrativos e disponibilizamos o programa de forma gratuita. As prefeituras não pagam nada, no entanto elas têm um prazo pra cumprir esses compromissos, caso contrário serão desfiliadas. As 280 cidades afiliadas, recorrem muito ao nosso programa para tirar dúvidas, ver os índices, entender os dados e os indicadores”, concluiu Beto Gomes.
Fonte:sagresonline
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