O consumo consciente é um meio de transformar a relação da moda com o meio ambiente. Desde o carro que dirige até os cremes que utiliza são escolhas de consumo rotineiro com impacto positivo ou negativo no planeta. As roupas fazem parte desse movimento. Além das crises climáticas e colisões ambientais, há uma crescente busca de compras em bazares e brechós.
"Vale observar algumas questões quanto aos brechós. É importante quebrar paradigmas com os clientes", diz Cristine Naum, consultora e professora de ESG (Enviroment Social Governace - Governança Socioambiental). "Eles fazem parte da estratégia de reutilização logística, ou seja, ajudam a prolongar o uso das roupas por mais tempo", completa.
A produção têxtil é uma das quatro indústrias que mais consomem recursos naturais, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA). Gastos com água e utilização de produtos químicos para lavar as peças, entram na conta dos prejuízos causados ao meio ambiente, "a reutilização das roupas também pode ser um caminho fantástico para prolongar o uso dos produtos", diz consultora.
Para a especialista em governança socioambiental "é preciso que as marcas de roupas, desde as grandes grifes, até o fast fashion e pequenos produtores tenham em mente qual será a destinação final e sua responsabilidade nisso", explica.
A moda consciente é uma tendência crescente: brechós, slow fashion, produção local, materiais menos agressivos ao meio ambiente — tudo é válido quando se fala em consumo consciente de roupas. Há, neste âmbito, uma discussão ética em torno do consumo de roupas novas devido ao alto número de lojas e marcas envolvidas com trabalho análogo a escravidão ou de mão de obra barata.
Por isso, a procura por opções de consumo sustentável é cada vez maior. "É necessário um processo de educação e estratégia de marketing que ajudem a posicionar os brechós como 'tendência de gente descolada, moderna e que protege o meio ambiente'", diz Cristine.
Todos os dias, consumidores buscam alternativas para minimizar os danos causados ao planeta, sem renunciar ao estilo. "Estamos na sociedade do consumo e do 'ter'. Hoje em dia, as pessoas são valorizadas pelo o que elas têm e são treinadas desde cedo a satisfazerem seus próprios desejos, sem analisar os impactos que eles podem causar", afirma a professora.
Segundo o Ministério Meio Ambiente, o consumo consciente é aquele que leva em conta, ao escolher os produtos ou serviços: o meio ambiente a saúde humana e a animal, relações justas de trabalho; além das questões como preços e marcas. Partindo desses preceitos, existem alguns brechós que trabalham a partir deste movimento, incentivando a troca e reutilização de roupas.
Fonte:cultura.uol
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