Nesta semana, na próxima quinta-feira, 31 de agosto, a médica italiana Maria Montessori completaria 153 anos.
A partir de 1898, a intelectual desenvolveu um sistema educacional para ajudar crianças confinadas em hospícios ou presas em reformatórios, ou seja, aquelas mais pobres e desfavorecidas.
A ideia surgiu após Montessori testemunhar como crianças carentes eram tratadas de forma completamente desumana. Vestidas com aventais sujos e esfarrapados, deixadas à própria sorte, essas crianças eram chamadas de "retardadas", "deficientes" ou simplesmente "idiotas". Entre elas estavam crianças com deficiência mental, epilépticas, cegas, surdas e autistas, que eram vistas como incuráveis.
Como médica voluntária (ela foi a terceira mulher em Roma a se formar em Medicina). Ela chegou à conclusão de que a educação deve ser uma técnica de amor e respeito.
"Seu pensamento inaugurou uma nova era e muitas das coisas que consideramos naturais hoje, como respeito pelas crianças e escola democrática, são fruto das suas ideias", diz a biógrafa Cristina de Stefano.
Os pequenos, disse Maria Montessori, não devem ser perseguidos, forçados ou dirigidos. Nem recompensados, nem punidos, nem mesmo corrigidos. Devem ser respeitados e, sem interferência, liberados em um ambiente em que tudo (espaço, móveis, objetos) estivesse sob medida para eles.
Hoje, paradoxalmente, os mais beneficiados pelo seu método de ensino são principalmente famílias ricas, capazes de arcar com as altas despesas para seus filhos estudarem em uma das 65 mil escolas montessorianas que existem no mundo e que recebem uma educação exclusiva e potencialmente melhor do que a tradicional.
Um fato é que os criadores da Amazon (Jeff Bezos) e Google (Sergey Brin e Larry Page), todos eles hoje multimilionários, estudaram em escolas que seguem o método Montessori.
Leia, como Montessori criou seu método e o aplicou em uma escola em Roma no início do século XX.
Fonte: BBC News Brasil
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