Com índice de abandono escolar de jovens de 15 a 17 anos maior que a média nacional, o Ceará lança projeto para impedir que crianças e adolescentes fiquem fora da escola. O Programa Nem 1 Aluno Fora da Escola foi lançado na manhã de ontem, no Palácio da Abolição. Por meio de pacto entre Estado e Municípios, à exemplo do Programa Aprendizagem na Idade Certa, o projeto agrega iniciativas pontuais já realizadas e implanta a figura de um agente educacional na busca ativa dos estudantes. Bem como estabelece protocolo de ações, monitoramento de alunos reinseridos no sistema e premiação de municípios com bons índices. São 77.106 jovens de 15 a 17 anos fora da escola no Estado, o que corresponde a 16,9% do total de pessoas nessa faixa etária. O índice é maior que o do Brasil, com 14,9%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao ano de 2015. “Vamos criar um comitê coordenado pela Secretaria da Educação (Seduc) porque vão ter realidades diferentes nos municípios. Vamos acompanhar e disponibilizar o sistema que o Estado já tem de gerenciamento escolar”, explicou o governador Camilo Santana. Márcio Brito, coordenador de Cooperação com os Municípios da Seduc, detalha que os agentes devem identificar os jovens e as causas do abandono e, se preciso, recorrer a instiuições como Conselho Tutelar e Ministério Público. “Não é apenas a reinserção no ambiente escolar, é receber esse jovem que está em dissonância dos outros que estão na escola”, amplia. “Em contextos sociais muito vulneráveis, algumas políticas não conseguem acessar, tem gente que fica de fora”, afirmou a vice-governadora Izolda Cela, caracterizando o projeto como uma “acupuntura social” que deve atingir o problema.