Quem bebe mais de dois litros e meio de cerveja ou mais de uma garrafa de vinho por semana corre mais risco de sofrer um acidente vascular cerebral, um aneurisma fatal ou uma parada cardíaca, aponta um estudo publicado na última sexta-feira (13/04).
Para o levantamento, feito por uma equipe internacional de pesquisadores e divulgado na revista científica britânica The Lancet, pesquisadores internacionais analisaram 83 estudos envolvendo quase 600 mil consumidores de álcool de 19 países. Os pesquisadores concluíram que consumir mais de 100 gramas de álcool por semana, o equivalente a um pouco mais de uma garrafa de vinho ou oito copos de 330 ml de cerveja, diminui a expectativa de vida consideravelmente. De acordo com a pesquisa, o consumo de mais de 200 gramas de álcool puro por semana reduz a expectativa de vida entre um e dois anos, e a ingestão de mais de 350 gramas por semana, em até cinco anos. O trabalho teve como foco quem desenvolveu e morreu em decorrência de derrame e diferentes formas de doenças cardíacas. Foram excluídos aqueles que já tinham um histórico de problemas do coração na época em que entraram no estudo. Foram levados em conta idade, consumo de tabaco, nível educacional e profissão. Surpreendentemente, os pesquisadores não identificaram diferenças entre homens e mulheres quanto ao risco de morte devido ao álcool. O estudo indica que os limites alcoólicos recomendados por muitos governos são altos demais. A Sociedade Alemã de Alimentação, por exemplo, estabelece como limite semanal de consumo saudável 140 gramas de álcool para homens e 70 gramas para mulheres. Nos Estados Unidos, o limite é de 196 gramas por semana, e no Reino Unido, de 140 gramas. "Esses dados dão embasamento para a adoção de limites inferiores de álcool ao que o recomendado pela maioria das diretrizes atuais", afirmam os cientistas. "Para os homens, estimamos que a redução a longo prazo do consumo de álcool de 196 gramas por semana [limite recomendado pelas autoridades de saúde dos EUA] para 100 gramas por semana ou menos é associado a uma maior expectativa de vida de cerca de um a dois anos", acrescentam. Eles ressaltam que os estudos médicos sugerem que "consumidores de cerveja ou destilados, assim como bebedores compulsivos, têm o maior risco de mortalidade por todos os tipos de causas". "O estudo é um sério sinal de alerta para muitos países”, afirmou em nota Jeremy Pearson, da British Heart Foundation, que cofinanciou o estudo.
DW Brasil