O setor portuário brasileiro, incluindo terminais públicos e de uso privado, registrou crescimento de 8,3% em 2017, com 1,086 bilhão em cargas movimentadas no ano passado ante 1,002 bilhão de toneladas movimentadas durante o ano de 2016, de acordo com os números divulgados, ontem (15), pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Apenas o Porto do Pecém apresentou, nessa mesma base de comparação, movimentação de cargas 41% superior entre 2016 e 2017, resultado impulsionado pelas exportações das placas de aço produzidas pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). O aumento do Pecém foi quase cinco vezes (4,9) o registrado na média do País.
No ano passado, o terminal portuário cearense movimentou 15 milhões de toneladas em cargas. As exportações totalizaram 4,4 milhões de t, sendo que, da carga enviada ao exterior no ano passado pelo Porto do Pecém, 2,5 milhões de toneladas correspondiam às placas de aço. Outras 201 mil toneladas correspondiam à exportação de frutas. Na sequência, aparece o gás natural, com 121,5 mil toneladas enviadas para fora do País.
De acordo com a administração do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a movimentação de cargas alcançada pelo porto de 2017 gerou um faturamento bruto de cerca de R$ 144 milhões, crescimento de 62% em relação ao faturamento obtido em 2016. O maior volume movimentado pelo terminal, entretanto, foi em importações, que cresceram 29% em 2017 ante o ano imediatamente anterior. No ano passado, vieram de fora do País 11.766.591 toneladas em cargas contra 9.156.702 registradas entre janeiro de dezembro do ano de 2016.
Produtos importados
Os destaques entre as importações pelo Porto do Pecém ficaram por conta do carvão mineral, com mais de 4,9 milhões de toneladas importadas; do gás natural, com mais de 714 mil toneladas; e dos produtos siderúrgicos, que somaram mais de 206 mil toneladas em 2017.
Contêineres
Considerando todos os portos do País, a movimentação de contêineres aumentou tanto em toneladas quanto em unidades TEUs (unidade que equivale a um contêiner de 20 pés). Foram movimentados 106,2 milhões de toneladas (valor 6,1% superior ao registrado em 2016), transportadas em 9,3 milhões de TEUs (aumento de 5,7%).
A carga que apresentou maior incremento (10,3%) foi a de granel sólido, movimentando um total de 695,4 milhões de toneladas no ano passado. Milho e soja apresentaram crescimento de 71,8% e de 31,5%, respectivamente, na comparação 2017/2016. Já a movimentação de granel líquido registrou movimentação de 230,2 milhões de toneladas em 2017 - um crescimento de 3,8%, na comparação com o ano anterior. A movimentação da carga geral solta cresceu 7,6%, atingindo um total de 54,2 milhões de toneladas. De acordo com o levantamento, a importação de derivados de petróleo aumentou em 32%, enquanto a exportação de petróleo bruto aumentou 19%.
O gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Serra, disse que "88% do minério de ferro foi exportado a partir dos portos privados e 12 % dos públicos. No caso do petróleo, a proporção ficou em 80% pelos privados e 20% pelos públicos". Em relação à exportação por meio de contêineres, a proporção se inverte: foram 29% a partir dos portos privados e 71% dos públicos.
Os terminais de uso privado movimentaram 721,6 milhões de toneladas em 2017. Em 2016, a movimentação tinha sido de 660 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 9,3%. Já os portos públicos apresentaram crescimento de 6,3%, registrando uma movimentação de 364,5 milhões de toneladas. A movimentação de cargas aumentou 22,7% nos portos públicos e 32,9% nos terminais de uso privado de 2010 a 2017. O total de crescimento da movimentação de cargas ficou em 29,3%.
Em termos de tipo de navegação, as de longo curso apresentaram um aumento de 8%, ficando responsáveis pela movimentação de 803,3 milhões de toneladas. A navegação de cabotagem (entre portos marítimos de um mesmo país, sem perder a costa de vista) transportou 221,8 milhões de toneladas, pesagem 3,8% maior do que a registrada em 2016; e a navegação interior (ao longo de canais, rios, lagoas, enseadas, baías e angras) apresentou crescimento de 37,8% (57,3 milhões de toneladas).