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O crescimento que virá do Porto do Pecém


Na década de 1990, não existia a ideia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). O Porto do Mucuripe, em Fortaleza, era a principal rota de entrada e saída de granéis sólidos e líquidos no Estado. Com a expansão da população da capital cearense, a retroárea (área externa essencial para o funcionamento das atividades do porto) ficou pequena. A solução? Expandir o equipamento para a Praia do Futuro.

“Se isso ocorresse, o porto seria expandido, mas não as áreas para a instalação de indústrias, que também previam uma refinaria e siderúrgica”, lembra Victor Samuel, ex-diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento Industrial e Turístico do Ceará (Coditur), atual Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece).

Em meados de 1995, surgem os primeiros mapeamentos para a implantação de um porto fora de Fortaleza. Além de uma retroárea que atendesse à instalação de novas empresas, era necessário um calado com profundidade de 14 metros (Mucuripe tinha apenas 10 metros). Pecém e Paracuru foram cotados como locais ideais. Após batimetria da Marinha, Pecém ganhou. Começaram os estudos de viabilidade.

Mas apenas em 2002 ele entrou em operação e, neste ano, celebra 16 anos de inauguração. Desde então, muita coisa mudou. A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) chegou e com ela uma série de outros investimentos.

Após a Petrobras desistir do projeto em janeiro de 2015, a refinaria, que agora será encabeçada por chineses e iranianos, está em fase de conclusão de estudos e ficará no Cipp. Diversas companhias se interessam pelo porto, devido à proximidade com Fortaleza, além de incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Ceará e da posição geográfica que favorece o intercâmbio com Estados Unidos, África e Europa.

“O Pecém já é um importante porto do Brasil e está trabalhando para ser um dos melhores e mais eficientes do País. A ideia do governador Camilo Santana é transformá-lo em um grande centro de conexões (hub) de cargas marítimas”, diz César Ribeiro, titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE). Uma das ações para fazer com que o equipamento figure no cenário internacional foi o lançamento da linha da Maersk Line, que irá interligar Pecém com diversos portos da Ásia.

“As cargas deverão levar em média 29 dias entre o Brasil e Singapura, reduzindo o tempo de viagem em até 31 dias. A nova linha do Porto do Pecém vai fazer em 29 dias o percurso que outras levam até 60 dias”, acrescenta César.

A evolução do porto, nestes 16 anos, é astronômica. Quando iniciou as operações, a movimentação de cargas atingiu 381 mil toneladas.

Em 2017, por exemplo, ultrapassou as 15 milhões de toneladas.

PALAVRA DE QUEM UTILIZA O EQUIPAMENTO

VANTAGEM

A movimentação de navios é maior, o que garante um maior fluxo de contêineres O QUE FALTA

O custo do Porto do Pecém é mais caro em relação ao Porto do Mucuripe, em Fortaleza. Poderia melhorar a questão dos tributos Antônio José de Carvalho, diretor da fábrica de Redes Isaac

PONTO ESTRATÉGICO

A localização geográfica do porto garante a atração de grandes players internacionais ao Cipp, além de auxiliar os investidores que realizam operações O QUE FALTA

A assinatura da parceria com o Porto de Roterdã, que possui uma grande rede de conexões Carlos Prado, presidente da Itaueira Agropecuária.

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