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Maior uso do cheque especial prejudica saúde financeira do cearense


Ao contrário do que aconteceu na economia brasileira, que registrou crescimento de 1%, a saúde financeira do cearense retrocedeu no ano passado. Levantamento realizado pelo aplicativo GuiaBolso mostra que as finanças dos consumidores do Ceará recuaram 0,9% em 2017. A média brasileira cresceu 0,73%. O Índice da Saúde Financeira (ISF) avalia as finanças sob três variáveis: Fluxo de Caixa, Investimento e Dívida. A soma das notas de cada um dos critérios compõe o resultado final da Saúde Financeira, que pode variar entre zero e 700. Quanto mais próxima a 700 pontos, mais “saudável” está a pontuação das finanças. No caso do Ceará, a Saúde Financeira fechou 2017 em 403 pontos porque mais gente passou a utilizar o cheque especial, atualmente em 324,7% ao ano, e a pagar juros altos. “Significa que o cearense está mais endividado, e endividado com linhas caras. Isso, em parte, deve-se ao movimento das instituições financeiras de, aos poucos, irem aumentando o limite de crédito”, diz o CEO do GuiaBolso, Thiago Alvarez. Ele acrescenta que, em 2017, mais consumidores tiveram acesso ao cheque especial. Em anos anos anteriores, devido à crise econômica e ao aumento da inadimplência, os bancos reduziram essa linha. Apesar de ter melhorado, a saúde financeira no Brasil não vai bem. O índice positivo de 0,73%, explica Alvarez, foi alcançado porque as pessoas passaram a economizar e investir mais (aplicando o dinheiro em poupança, fundos de investimento etc). Alvarez observa que, mesmo com a melhora nos dois primeiros itens (economia e investimento), no País inteiro teve uma piora em relação à dívida, com mais gente recorrendo ao uso de cheque especial. No Ceará, esses três indicadores pioraram. O que mais sofreu foi uso do cheque especial, caiu 3,4%. “Ou seja, mais gente está pagando juros no cheque especial. Foi a grande surpresa”, afirma o CEO do GuiaBolso, explicando que, no caso da dívida, quando índice cai, significa que houve piora. O que preocupa no indicador, explica, é quanto o consumidor coloca o pé no freio na hora de comprar. Para Alvarez, esse comportamento é fruto da recuperação mais lenta da economia do Ceará, com menos gente empregada. Para ele, o cearense não fez um ajuste dos gastos no ano passado. Há muitos consumidores gastando acima do que deveriam, o que acaba refletindo na economia do Estado, cujo crescimento que estava previsto ainda não teve impacto positivo no bolso da população. “O cheque especial é muito prejudicial à saúde financeira porque joga o consumidor numa bola de neve na qual fica difícil de sair”, complementa o CEO do GuiaBolso.

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