O Ceará será o segundo local do País, depois do Distrito Federal, a ganhar um polo do projeto Atlantic International Research Centre (Air Centre). Criado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, o empreendimento pretende estabelecer parcerias que impulsionem as áreas de ciência, tecnologia e negócios entre os países banhados pelo Oceano Atlântico e a Europa. Bases do Air Centre estão sendo implantadas no Brasil, Portugal, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria e Uruguai, com propostas de setores das ciências para promover novos conhecimentos sobre fatores geográficos, climáticos e energéticos no Atlântico Equatorial. A ideia consiste em estabelecer redes de estudos não apenas relacionados à economia marítima, mas também voltados para o setor energético e espacial. O Ceará foi escolhido como prioridade nesse projeto em função do relacionamento desenvolvido com o governo português. Desde 2016, o acordo começou a ser negociado e já inclui parcerias com a UFC, Uece, IFCE e Funceme. TECNOLOGIA PORTA PARA A EUROPA O professor Hermano Carvalho, um dos coordenadores do projeto Air Centre no Ceará e da Pós-Graduação em Administração da Uece, explica que a iniciativa de criação de redes de parcerias partiu do próprio ministro de Ciência e Tecnologia de Portugal, Miguel Heitor. Inicialmente a ideia surgiu como uma tentativa de utilização das bases americanas nas ilhas dos Açores. O projeto, entretanto, ganhou dimensão muito maior. Para o Brasil e o Ceará, especificamente, a implantação de uma estrutura de pesquisa representa a possibilidade de novos negócios com a União Europeia. “Trata-se de uma abertura de portas para aquele continente”, acrescenta. Esta semana haverá uma reunião de trabalho para discutir a implantação do projeto, mas algumas parcerias já estão funcionando, como editais da Funcap para pesquisas conjuntas.