As estimativas de que o Natal deste ano seria melhor, para o varejo, foram confirmadas. As vendas com a principal data do ano para o comércio atingiram um crescimento de 4,72% sobre igual período de 2016 – considerando as consultas para vendas a prazo, entre os dias 18 e 24 de dezembro.
Ou seja, trata-se do primeiro crescimento após três anos consecutivos de retração, reforçando a data comemorativa de 2017 com o aumento mais expressivo: Páscoa (0,93%), Dia das Mães (-5,5%), Dia dos Namorados (-9,61%), Dia dos Pais (-2,18%), Dia das Crianças (3%). Nos últimos anos, os resultados de vendas a prazo no Natal foram: -1,46% (2016), -15,84% (2015) e -0,7% (2014).
Conforme dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgados, ontem, os resultados mostram que a retomada da economia teve seus primeiros reflexos na confiança dos consumidores e aumento do consumo. Segundo o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, o resultado é consequência da melhora da conjuntura e da proximidade do fim da crise econômica.
“O acesso ao crédito mais difícil e os juros elevados ainda limitam o poder de compras dos brasileiros, mas com a economia dando sinais de retomada, os consumidores foram às compras de forma menos tímida que nos últimos anos e também nas outras datas comemorativas de 2017”, afirma.
Porém, o presidente alerta que, embora o crescimento deste ano pareça forte, ainda está longe dos resultados dos anos anteriores à crise econômica. Neste ano, segundo um levantamento do SPC Brasil, o gasto médio do brasileiro com o total de presentes de Natal girou em torno de R$ 461,91. A estimativa era de que a data movimentasse cerca de R$ 51 bilhões na economia.
Shoppings Nos shoppings centers de todo o País, as vendas tiveram crescimento nominal (sem considerar a inflação) de 6% neste período do Natal, na comparação com igual período do ano anterior, segundo levantamento da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), divulgada ontem. O faturamento estimado, que levou em conta o mês de dezembro, foi de R$ 51,2 bilhões.
Segundo o presidente da entidade, Nabil Sahyoun, a alta significa inversão da curva de queda, já que, nos últimos dois natais, o setor havia apresentado retração. “A gente pode festejar”, disse Sahyoun. No ano passado, houve queda 3% no Natal. Em 2015, a redução foi de 2%.
A estimativa é que os 773 shoppings brasileiros tenham movimentado R$ 147,5 bilhões durante o ano de 2017, alta de 5% em relação a 2016. A maioria dos pagamentos para as vendas realizadas em shoppings (55%) foi com cartões de débito e crédito. Já 25% utilizaram o próprio cartão ou carnê da loja, e, em menor escala, 10% optaram por cheques e 10% pagaram em dinheiro.
“São boas perspectivas com todas as reformas, a taxa de desemprego caindo, as contas inativas do FGTS, que injetaram mais de R$ 44 bilhões, o saque do PIS/Pasep e a taxa Selic em 7%. Estamos tendo um retorno ao emprego, de forma lenta, mas é importante essa recuperação. São todos números importantes para esse inicio de retomada do crescimento”, avaliou Sahyoun.