A retomada das obras em 2018 da ferrovia Transnordestina foi confirmada pelo presidente da concessionária, Sérgio Leite, ontem, em audiência pública promovida pela Comissão Externa que monitora o projeto na Câmara dos Deputados.
Sérgio Leite acrescentou ainda que o próximo ano será decisivo para a continuidade das obras. “Vamos adequar a engenharia necessária e buscar parceiros para desenhar a futura Transnordestina como eixo logístico, de cargas, ferrovia e terminais portuários”, garantiu.
Ele ressaltou que tem trabalhado junto com o grupo de trabalho interministerial, criado em abril para tratar sobre o assunto, e a comissão externa para buscar novos investidores.
“Estamos empenhados na busca de apoio internacional para a retomada”, disse. Após onze anos e R$6,2 bilhões investidos, a obra está com todos os canteiros abandonados no Ceará. O orçamento inicial era de R$4,5 bilhões e agora ultrapassa a marca de R$11 bilhões. A estrada de ferro, de 1.728 km de extensão, ligará o município de Eliseu Martins (PI), aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE).
Avanços e riscos
O coordenador da comissão, deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), lembrou que o Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou diversas irregularidades na gestão contratual da concessão da ferrovia. Contudo, na semana passada a obra voltou a ser autorizada pelo TCU a receber investimentos. “Retirar a obra da lista do Tribunal de Contas da União foi um grande avanço”, avaliou.
Apesar da expectativa pela retomada das obras, na sexta-feira (8), o comitê da Comissão Mista de Orçamento (CMO) recomendou o bloqueio orçamentário de nove obras custeadas com recursos federais, entre elas, a Ferrovia Transnordestina.