O empreendimento deveria ser instalado no Paraná, mas como as tratativas com o poder público de lá acabaram emperrando, o Ceará surgiu como uma opção viável e as conversações seguiram em ritmo acelerado. A informação foi confirmada ontem, ao jornal O Estado, pelo representante dos holandeses no Brasil, Levy Fidelix, junto com o diretor-geral do grupo, Miécio Dias Júnior, que é maranhense, mas reside há 20 anos na Holanda. Os dois participaram da reunião do Conselho Temático das Micro e Pequenas Empresas (Compem), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), que recebeu os executivos do grupo alemão Fraport AG – ganhador da concessão do Aeroporto Internacional Pinto Martins – André Lima e Sabine Trenk. “Estamos trazendo os investidores da Holanda, aproveitando esta oportunidade do hub, o profissionalismo e empreendedorismo do Ceará, capitaneado pelo governador Camilo Santana, que está avançando, enquanto outros estados estão marchando para trás. Ao invés de esperar verbas do Governo Federal, ele foi buscar alternativas para incrementar o seu turismo, indústria, hotelaria, comércio. Essa é uma oportunidade ímpar e escolhemos o Ceará para esse investimento”, disse Levy. Bom momento Ele destacou que o momento de boa situação fiscal, a chegada do hub da Air France/KLM, em parceria com a Gol Linhas Aéreas, e a privatização do aeroporto para a Fraport, também facilitam as negociações. “Queremos desenvolver, aqui, a questão da mobilidade urbana e existe a possibilidade de fazermos também o aerotrem, ou monotrilho, entre o aeroporto e a Centro da cidade, mas que está dependendo da Prefeitura de Fortaleza designar uma comissão técnica para avaliar o traçado e ver a demanda”, lembrou. Falando sobre a fábrica de ônibus, Levy e Miécio lembraram que já existe demanda em países do Mercosul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, mas o principal mercado deverá ser o Brasil. Isso, inclusive, deverá definir o local de instalação. “Existe a possibilidade de fazermos a montadora aqui no Ceará. Foi colocado para nós que o melhor local seria na região do CIPP, ou na própria ZPE, só que ela permite apenas 40% de vendas no mercado interno e 60% para exportações. Só que estamos focados no Brasil, pois pensamos que é um mercado muito amplo”, destacou Miécio Dias.(O Estado)