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Estudante de Quixadá contrai doença na Guiné-Bissau e precisa de ajuda para voltar para casa


Um jovem missionário de Quixadá foi diagnosticado com febre tifóide e sangramento digestivo no país africano Guiné-Bissau, onde está internado desde o último dia 9. Alex dos Santos Oliveira, 20 anos, cursava Engenharia Civil no Interior e viajou em julho último em missão religiosa. Debilitado, o estudante está no Hospital Pediátrico São José Em Bôr, que não tem condições de prestar o tratamento necessário. Agora a família luta para trazer o jovem de volta ao Brasil.

De acordo com o relatório médico, Alex já havia dado entrada no hospital dias antes da internação com febre. No dia 9 último, ele retornou apresentando febre alta, náuseas, vômito, forte dor de cabeça e abdominal e fraqueza. Com os exames, veio o diagnóstico de febre tifóide, doença transmitida por água ou alimentos contaminados por bactérias. Foi quando a equipe médico decidiu pelo internamento do estudante.

Na última quinta-feira, 12, Alex teve um quadro de sangramento digestivo alto que agravou sua situação. Além de todos os cuidados médicos, foi necessário realizar transfusão de sangue. O estado de saúde do brasileiro é estável desde esse sábado, 14. Ao todo, ele passou por cinco transfusões.

Agora, Alex precisa ser transferido para uma unidade hospitalar mais completa. "Como estamos com falta de recursos para um diagnóstico confirmativo, abordamos os familiares para um melhor estudo e tratamento em um lugar mais especializado", conclui o relatório enviado para a família nesse sábado.

A Defensoria Pública da União (DPU) acompanha o caso. Nesta segunda, 16, a família se reunirá com representantes do Ministério Público Federal para intermediar com o Itamaraty a possibilidade de transferência aérea.

Prima de Alex, Natalie Santos, que também é advogada, explica que o estudante precisa ser tratado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) - o que o hospital de Guiné-Bissau não dispõe. Dentre as opções, está transferir o paciente para Senegal ou Marrocos, onde o tratamento adequado é possível, mas a viagem para um dos países custaria, pelo menos, R$ 37 mil.

"Ele se voluntariou para ser missionário, para evangelizar. Mas não era só isso", diz Natalie. "O Alex estava trabalhando na construção de uma escola nas proximidades de um lixão. Pelo que a gente sabe, as condições eram muito precárias".

Ao saber do problema de saúde, a família indicou que Alex retornasse ao Brasil, mas ele foi proibido pelos médicos que alegaram risco de morte. O transporte precisa ser aéreo, em voo direto, com médicos a bordo e UTI móvel. Nesse sábado, o irmão de Alex, Hallef dos Santos Oliveira, viajou para a África para acompanhar os próximos procedimentos. A viagem custou cerca de R$ 5 mil, ainda de acordo com Natalie.

Enquanto a ajuda do governo brasileiro não é confirmada, a família busca outros meios para ele ser tratado em um dos países vizinhos, como campanha de financiamento coletivo nas redes sociais.

"Os médicos de Guiné-Bissal estão fazendo o possível, mas não é suficiente para o quadro clínico dele", diz a advogada. "É tudo muito demorado. A cada hora que passa, a gente teme perder o Alex".

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